Karatê é uma forma de budo( caminho do guerreiro).Arte marcial japonesa que se originou e foi introduzida nas ilhas do Arquipélago japonês em 1922.O karatê enfatiza técnicas de socos e chutes; ultiliza seu corpo como meio de ataque e de defesa simultaneamente.O seu treinamento desenvolve e aperfeiçoá aspectos físicos, cognitivos e sociais, através desta prática o indivíduo aprende a dominar os movimentos do corpo, assim como, elaborar táticas e estrátegias.Não devemos esquecer que, o Karatê também proporciona uma melhor qualidade de vida e uma melhor integração social.

Espero que com este Blog possamos engrandecer mais esta nobre arte.

OBS: O Blog está a disposição de vocês ,caros leitores, se quiserem abordar algum tema relacionado com o Karatê postem comentários e eu farei o possível para discutirmos tal tema.

Obrigada!

Atenciosamente Twene Suellen 2º Dan

quarta-feira, 20 de julho de 2011

ABERTA INSCRIÇÕES PROJETO MÃO AMIGA


o projeto Mão Amiga-da Secretaria do Esporte do Estado do Ceará (Sesporte) , que tem como objetivo a inclusão social, através do esporte, é um projeto que está implantado em 28 núcleos, sendo 11 em Fortaleza e 17 no interior do Estado, hoje são atendidos pelo projeto 1,5 mil jovens atletas entre 7 e 18 anos.
Esta sendo ofertado vagas para modalidade de Karatê.
Pré-requisitos: ter entre 7 e 18 anos
Estar matriculado em uma escola pública
Maiores informações:
Prof:Twene Suellen 2ºdan 87448279
Associação: 30772913
Major Dulcildo:85351212
Local: Associação:Rua Francisclo Clotilde nº1140 Bairro:Rodolfo Teófilo

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Fundamentos parte 4 : socos




O ataque com as mãos e com os pés pode variar três regiões: JODAN( nível superior), CHUDAN(nível médio),GEDAN(nível mais baixo).Temos o golpe com ação direta(tsuki) , golpe com ação indireta( uchi) e golpes com o cotovelo (empi).

Em qualquer caso, para que o soco seja eficaz, tem-se que aprender os seguintes fatores básicos e coloca-lós em prática.

1.Direção correta

2.Velocidade

3.Concentração de força

Tipos de socos Diretos

Gyaku –zuki (Soco inverso)

Oi-zuki (Soco de estocada em perseguição)

Nagashi-zuki (Soco esquivando-se)

Kizami –zuki (Estocada com o punho da frente)

Ren –zuki(Socos alternados consecutivos)

Dan zuki( Socos consecutivod em diferentes níveis)

Morote zuki( soco com as duas mãos)

Tipos de socos indiretos

Age Zuki (Soco ascendente para cima)

Ura Zuki (Soco de perto invertido)

Kagi Zuki (Soco em Gancho)

Mawashi Zuki (Soco em Círculo)

Awase Zuki (Soco Duplo em forma de U)

Yama Zuki (Soco Duplo em forma de U amplo)

Heiko Zuki (Soco paralelo)

Hasami Zuki ( Soco tesoura Duplo)

Uraken uchi (Golpe com o dorso do punho)

Uraken uchi Yokomawashi (Golpe lateral com o dorso do punho em movimento circular)

Tate empi (Golpe com o cotovelo para cima)

Mae empi (Golpe com o cotovelo para frente)

Yoko empi ( Golpe com o Cotovelo para o lado)

Mawashi empi (Golpe lateral do cotovelo)

Ushiro empi(Golpe com o cotovelo para trás)

Otoshi empi (Golpe com o cotovelo para baixo)

Shuto Uchi (Golpe com a mão em espada)

Fonte: O melhor do Karatê (M.Nakayama)v1

sábado, 26 de março de 2011

Fundamentos parte 3 : Bloqueios

Uke (Bloqueio)

O karatê distingue-se de outras artes de lutas em suas técnicas defensivas.O karatê posui técnicas de defesa com pernas, pés, mãos e braços.

Gedan Barai  (bloqueio de cima para baixo)
Jodan Age-uke (Bloqueio Superior contra o ataque à cabeça)
Soto-uke ( Bloqueio com o antebraço contra o ataque ao meio do corpo de fora para dentro)
Uchi-uke (Bloqueio como o antebraço contra o ataque ao meio do corpo de dentro para fora)
Shuto-uke ( Bloqueio com a mão em espada)
Tate Shuto-uke ( Bloqueio Vertical com a mão em Espada)
Kake Shuto –uke (Bloqueio em Gancho com amão em espada)
Haisshu uke (Bloqueio com o dorso da mão)
Kakuto uke (Bloqueio com o dorso do pulso Dobrado)
Keito uke (Bloqueio com a base do dedo Polegar)
Seiryuto uke (Bloqueio com a Base da mão em espada)
Teisho uke (Bloqueio com a Base da palma da mão)
Morote uke (Bloqueio com os dois braços, um apoiando o outro)
Sokumen awase-uke (Bloqueio combinado de lado)
Ryosho tsukami-uke (Bloqueio agarrando com as duas mãos)
Kakiwake-uke (Bloqueio duplo com efeito separador)
Gedan kake –uke (Bloqueio por baixo em gancho)
Sho suki uke (Bloqueio com a palma em forma de concha)
Teisho awase-uke (Bloqueio duplo com a base da palma das mãos)
Sokutei mwashi-uke (Bloqueio circular com a sola do pé)
Sokuto osae- uke(Bloqueio pressionado com o pé em espada)
Sokutei osae-uke (Bloqueio pressionando a sola)
Sokuto kake-uke (Bloqueio enganchando o pé)
Ashikubi kake-uke (Bloqueio enganchando o tornozelo)
Fonte: O melhor do Karatê (M.Nakayama)v1

quinta-feira, 17 de março de 2011

Fundamentos parte 2: Bases





POSTURAS

A postura, refere-se  a parte inferior do corpo. Para que as técnicas sejam executadas com rapidez, com precisão, força e suavidade, a postura tem que ser firme e estável.

Shinzen-tai   Postura natural do corpo, o corpo está relaxado mas em estado de alerta, pronto para enfrentar qualquer situação.
Fonte: O melhor do Karatê (M.Nakayama)v1
                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                              

Fundamentos parte1: braços e pés


socos

Há duas maneiras de usar a mão: (1) aberta (2) fechada. Há seis tipos de punhos (Ken) e onze tipos de mão aberta (Kaishõ).
Tipos de punho
Seiken  Os nós dos dedos indicador e médio são usados para golpear o alvo. O punho tem que ser mantido inflexível, o dorso da mão e o pulso formando uma linha reta.
Ura ken  O dorso da mão e o nós dos dedos e indicador e médio são usados principalmente para atacar
Kentsui   Os ataques ao corpo são efetuados com a base (do lado do dedo mínimo) do punho. Outros nomes para este punho são:Shutsui (mão martelo) e tettsui ( martelo de ferro).
Ipoon Ken Com os dedos médio, anular e mínimo o mesmo que no punho frontal, o nó médio do dedo indicador é estendido com o polegar pressionado contra ele.
Hiraken  Os dedos são dobrados até que suas pontas comecem a tocar na palma as mão e o polegar é mantido pressionado contra o dedo indicador.
Shuto  Com os dedos estendidos e comprimidos entre si, a borda externa da palma da mão é usada como uma espada, ou para impedir o ataque ou atacar.
Haito  A forma é a mesma da mão em espada, mas é usada a borda oposta, centrada sobre a articulação da base do dedo indicador.
Haishu Toda a superfície do dorso da mão aberta pode ser usada para golpear, mas na maioria das vezes é usada para o bloqueio.
Nukite  Os dedos são retesados com as pontas levemente inclinadas.
Nihon nukite  Dois dedos formam uma ponta de lança, com os dedos médio e indicador.
Teisho  Esta é formada pela mão aberta dobrando-se inteiramente o pulso para trás.
Seiryuto  Dobrando-se  a mão de lado, a borda da palma e o pulso formam uma curva.
Kumade  Os dedos são dobrados de maneira que as pontas mal toquem a plam damão.O polegar também é dobrado. Toda a superfície da plama da mão é dirigida num ataque potente contra o rosto do oponente.
Washide  As pontas dos dedos e do polegar são juntadas de maneiras a parecer o bico de um pássaro.
Keito A mão é dobrada para fora, com o polegar dobrado na articulação e os dedos flexionados. A superfície atacante é o polegar, desde a base até o nó.
Kakuto  Dobrando-se a mão para dentro ao máximo de sua extensão, o pulso pode tornar-se uma arma poderosa.
Naiwan lado interno do braço
Gaiwan  lado externo do braço
Haiwan lado superior do braço
Shuwan lado inferior do braço
Uso de pés e pernas
Koshi  Os dedos dos pés são virados para cima até o máximo possível, mantendo a tensão nos dedos e no tornozelo.
Sokuto Com os dedos dos pés virados para cima e o tornozelo totalmente inclinado, a borda externa do pé é usada para chute lateral.
Kakato  O calcanhar é usado para dar chutes para trás.
Haiosoku  Com o tornozelo estendido, o pé e os dedos são totalmente dobrados para baixo
Tsumasaki  Os dedos são mantidos  apertados uns contra os outros, e os chutes são dados com as pontas deles.
Hizagashira ou Hiza Como o cotovelo, o joelho é mais eficaz quando o adversário está bem  próximo
Fonte: O melhor do Karatê (M.Nakayama)v1

segunda-feira, 14 de março de 2011

Origem e História do Karatê

SHIHAN: GICHI FUNAKOSHI:O PAI DO KARATÊ MODERNO
Funakoshi
       Nascido em Shuri distrito de Yamakawa-cho no ano de 1868, de família instruída,Gichin Funakoshi era filho único e uma criança frágil. Sentia-se constantemente solitário, tornou-se um homem de letras, poeta, filósofo e calígrafo. Era um célebre intelectual de sua época.
Começou a treinar karatê aos 12 anos de idade com o Shihan Azato e também com Shihan Itosu, tendo aprendido outros estilos com diversos grandes mestres da época. Com maestria conseguiu  fazer de uma simples técnica, uma vereda espiritual então desconhecida, semelhante ao do monge Bodhidarma.

      Assim Shihan Funakoshi encontrou no zen-budismo o bushidô ou o caminho do guerreiro( bases filosóficas e espirituais das artes marciais  zen) , uma ponte para o auto conhecimento, paz e serenidade do espírito. Shihan Funakoshi dava ênfase ao fato de sua metodologia na arte proporcionar a oportunidade de chegar a verdadeira filosofia do karatê. Não somente pelos seus atos, mas pelo que diziam os seus alunos: dotado de uma tremenda força interior, sua técnica tão apurada seus golpes de bloqueios vigorosos, que poucos alunos ousavam treinar com ele.

      Até em idade avançada Shihan Funakoshi executava os katas com perfeição impar de seu estilo.Ele foi intitulado pai do karatê moderno por seus métodos notáveis de técnica avançada, bem mais do que de sua ilha de origem baseando seu método na arte de auto defesa com ele costumava dizer “ karatê ni sente nashi”( no karatê não existe atitude ofensiva). Mas foi somente em 1902 que Shihan Funakoshi , depois de estudar métodos de combate,fez sua primeira demonstração do denominado Okinawa-te(mãos de Okinawa) a representantes da prefeitura de Kagoshima em Kyoto; que até então todo e qualquer treinamento era efetuado em segredo.

      Quinze anos mais tarde, em 1917, aconteceu a primeira demonstração oficial em Tóquio , perante a Butokukan (órgão gestor das artes marciais do Japão), chamando a atenção do príncipe Hirohito Posteriormente em 1922, retornou para uma grande demonstração a pedido do imperador, na presença de aficcionados por artes marciais. Nessa viagem Shihan Funakoshi conheceu  Shihan Jigoro Kano fundador do judô, e o próprio Shihan Jigoro Kano que convidou Shihan Funakoshi para fazer um demonstração na kodokan meca do judô na presença de vários mestres  da época.
Jigoro Kano pediu a Shihan Funakoshi que lhe ensinasse algumas técnicas  do karatê-do e então após esse fato nasceu uma grande amizade entre os dois mestres  que ainda hoje é desconhecida por adeptos de ambas as artes.

      Mais tarde o Shihan Funakoshi foi convidado a ministrar aulas pelo governo e difundir sua arte.Todo o seu empenho teve o devido mérito e critério pois Shihan Funakoshi alterou algumas formas (kata) adaptando á realidade atual pois o karatê foi adotado como disciplina em várias universidades onde ate hoje é praticado periodicamente. Ao abrir seu primeiro dojô no Japão em 1936,seus alunos o batizaram de shotokan , que significa “escola de shoto”. Shoto significa em japonês” pinheiro ou calda de tigre”- pseudônimo que Shihan

Funakoshi usava artisticamente para assinar seus poemas.

O SURGIMENTO DO SHOTOKAN-RYU
img
      No dia primeiro de setembro do ano de 1923,a cidade de Tóquio foi terrivelmente abalada pelo terremoto do grande Kanto, a maioria das construções foram destruídas pois eram quase todas de madeira e nas horas de fogo intenso que seguia  logo quase tudo se reduzia a cinzas e ruínas e o temor foi devastador na capital do Japão. O dojô do Shihan Funakoshi felizmente escapou da destruição;mas muitos de seus alunos sumiram no holocausto dos edifícios em desmoronamento e labaredas.Os que sobreviveram fizeram  tudo que podiam para socorrer os feridos e os desabrigados do terrível desastre.Com os alunos que não ficaram mutilados ou feridos , Shihan Funakoshi trabalhou como  voluntário para obter alimentos para os refugiados do desastre, limpar o entulho e  auxiliar na tarefa de remover os cadáveres espalhados na cidade.
      Diante da catástrofe o Shihan Funakoshi precisou adiar temporariamente o ensino do karatê, todavia o que não podia ser adiado era a sobrevivência.Depois de pouco tempo, ele conseguiu trabalho  no banco de Daiichi Sogo, para tarefa de fazer estênceis. Shihan Funakoshi não se lembra quanto recebia ou por quanto tempo ficou empregado, mas pelo seus relatos , a sua locomoção diária desde o seu dojô  em Suidobata ate o banco em Kyodashi parecia continuar por incontáveis anos. Com o passar das semanas  e meses, Tóquio começou a reerguer-se e finalmente chegou o tempo em que Shihan Funakoshi percebeu que seu dojô estava em estado deplorável. O mesei juku havia sido construído em 1912 ou 1913, e por longo tempo nada havia sido feito para conservá-lo.

      O governo municipal de okinawa doou certa quantia em dinheiro, possibilitando que se fizesse as devidas reformas em seu dojô
Shihan Funakoshi procurou encontrar outra residência enquanto  as obras eram realizadas, sabendo de sua necessidade , Hiromichi Nakayama, que então era um notável instrutor de esgrima e seu amigo , ofereceu-lhe  o seu dojô nos horários em que não era usado para prática da esgrima. Inicialmente foi alugado uma Pequena casa perto do dojô de Nakayama, mas em pouco tempo  foi possível alugar uma maior com pátio mais amplo, onde ele e os seus alunos  puderam praticar o karatê-do.
      Chegou  tempo porem que esse favor se tornou inadequado, o numero de alunos havia aumentado na mesma proporção  do numero de alunos da esgrima. Como conseqüência disso Shihan Funakoshi percebeu que estava sendo inconveniente para seu bem feitor e amigo. A situação financeira ainda era delicada e não podia fazer o que obviamente desejava: construir um dojô especifico par karatê-do.

      Foi em meados de 1935 que um comitê nacional de patrocinadores de karatê-do  solicitou verbas para o primeiro dojô  a ser erguido no Japão. Foi com certo orgulho que na primavera de 1936 , Shihan Funakoshi entrou pela primeira vez em seu dojô ( em Zoshigaya , distrito de Toshima)  e viu em uma tabuleta com  o nome do dojô SHOTO-KAN. Esse foi o nome que o comitê escolheu para adotar; Shihan Funakoshi não tinha a menor idéia  de porque eles escolheram o seu  pseudônimo que usava na  juventude,para assinar seus poemas que escrevia. Também estava triste, porque desejava que seus Shihan’s  Azato e Itosu  viessem e ensinassem no novo dojô, mas eles já haviam falecido. No dia em que o dojô foi  inaugurado Shihan Funakoshi retirou-se para seu quarto e queimou incenso rezando em memória de seus mestres.
      Com o termino do novo dojô , uma de sua primeiras tarefas foi elaborar um conjunto de normas a serem seguidas (DOJO-KUN)e um horário de aula. Elaborou e também formalizou as existências para graus  e classes (DAN E KYU) que certamente sofreu influencia do judô, uma vez que foi muito amigo de sensei Jigoro Kano. A quantidade de praticantes começou a aumentar  dia-a- dia, e o seu novo dojô que parecia mais adequado para suas necessidades inicialmente , a cada dia que passava dava exatamente a impressão contrária.

      Embora sempre dissesse que não sentia o peso da idade, Shihan Funakoshi começava a perceber que não conseguia cumprir  toda as obrigações, que acumulavam todos os dias. Não era apenas o seu dojô que precisava de orientação mas as universidades de Tóquio que estavam também com grupos de estudo do karatê-do em seus departamentos de educação física, e esses grupos precisavam de suas orientações e  instruções. claro que o Shihan não dava conta de tudo sozinho então indicou alunos mais adiantados para ministrarem aulas nas universidades e também designou o seu terceiro filho como seu assistente, delegando-lhe  as atividades diárias de dirigir o dojô e as universidades cabendo então ao Shihan Funakoshi as supervisões necessárias do ensino do karatê-do. É relevante lembrar que as aulas não se limitavam em Tóquio e muitos de seus alunos graduados já ministravam algumas aulas nas cidades provincianas, fato que fez o karatê-do ser conhecido  mais rápido em todo o pais. Numerosos dojôs  foram construídos  em todo Japão e com isso a missão do Shihan  Funakoshi aumentava a passos largos. Por isso deixava quase toda a administração do dojô aos seus alunos mais adiantados.

      As pessoas sempre perguntavam como aconteceu a escolha do  pseudônimo “SHOTO”(pinheiros ao vento ou calda de tigre)  para nome do dojô mas seus discípulos sempre tinha a resposta certa e automática.
      Sua cidade natal é rodeada por colinas com floresta de pinheiros   e de vegetação  subtropical, entre elas. O sensei Funakoshi sentia uma forte atração por esse lugar, isso porque ele era amante também da natureza pois crescera perto desta vegetação  pois o fato de ser filho único o colocava sempre sozinho a perambular por sua cidadezinha; alem do fato de ser filho único era muito frágil.
      Masatoshi  Nakayama, aos 36 anos era conhecido  pela excelente administração e capacidade; recebera o encargo de  elaborar e organizar a associação SHOTO-KAN. Em 1954 quando ele fica sozinho na chefia da J.K.A,começa a trabalhar suas idéias como competições) a exemplo do judô e do kendo). Mas somente  em 1957 depois da morte do sensei Funakoshi que os primeiros torneios foram realizados,pois o mesmo era contra a implantação de competições de karatê-do por acreditar que o karatê perderia as suas características.
Em outubro de 1957 aconteceu o primeiro campeonato, com o patrocínio de Hirokasu Kanazawa no ginásio metropolitano de Tóquio.
      Alguns anos mais tarde antes de falecer, o sensei Nakayama em uma entrevista declarou que esperou a morte do sensei Funakoshi para realizar o primeiro campeonato de karatê: “eu tinha receio de sensei Funakoshi por saber que ele era contra as competições, tinha receio de sua reação e ainda hoje tenho receio,digo a mim mesmo será que fiz algum mal?eu tenho que fazer o que ele teria feito de fosse vivo. Em 1957 quando criei a competição fui me conscientizando que o judô e o kendo se tornaram esporte, mas sempre preservando o espírito do budô. Então porque não o karatê? E a competição eu penso tornou o karatê conhecido no mundo inteiro; e é por isso que eu acho que ele aprovaria o que fiz. Há momento no entanto, que não consigo deixar de me sentir inquieto.                                                                  
         Caso eu tenha me enganado no dia em que eu morrer e for me juntar ao Shihan Funakoshi no paraíso.....nesse dia  haverá um kumitê sagrado e será pior para mim.
Este é um pequeno prefácio sobre o  SHOTO-KAN, é bom relatar ao leitor, que temos outras versões, sobro o SHOTO-KAN  e o karatê em aspectos gerais.
O estilo  SHOTO-KAN é ideal pela longa distância, por possuir técnicas longas e rápidas. Existe uma certa divergência em alguns katas  e/ou pontos estratégicos contra as opiniões dos sensei’s NAKAYAMA, KANAZAWA, NISHIAMA E TAKAGI.
KARATÊ INTERNACIONAL
      Antes da guerra, muito poucos não-japoneses sabiam alguma coisa sobre o karatê, ou tinham o desejo de aprendê-lo. Os que acharam o caminho para o dojô de Shihan Funakoshi  eram repórteres ou instrutores de educação física que tinham ouvido falar do interesse japonês pelo karatê. O fim da guerra trouxe a ocupação, e então muitos soldados americanos começaram a visitar o dojô do Shihan Funakoshi  e a solicitar instrução o fato é que o Shihan não disse como chegaram a ouvir falar dele..
      Certo dia um amigo  chamado Bunshiro Suzuki levou  Shihan Funakoshi ao Hotel Imperial para um encontro com um editor americano. Naquele tempo, não era permitido aos japoneses entrarem no Imperial, a não ser que fossem convidados por algum americano que estivesse hospedado lá. Assim, quando ele entrou na sala onde se encontraria com o editor, ficou muito surpreso de vê-la decorada à maneira japonesa, com biombos dobráveis e flores que sem dúvida haviam sido arranjadas por algum aluno de ikebana. Mas a lembrança mais importante daquele encontro foi o espanto do cavalheiro americano diante de minha idade um tanto avançada. Como vê  foi traduzido, sua observação sobre a questão que mencionava o fato de que enquanto no Japão estávamos transformando o Karatê-dô de arte marcial em esporte, na América ele seria valorizado como um esporte para a longevidade.
Depois disso Shihan Funakoshi teve inúmeras outras experiências com americanos visitantes e,  logo ele se acostumou  a ver rostos estrangeiros (incluindo alguns do sexo feminino) no dojô de Karatê Kyokai. Shihan Funakoshi foi  convidado a ensinar karatê ao oficial instrutor de educação física na base da Força Aérea Americana em Tachikawa, e um pouco mais tarde  foi solicitado que fizesse demonstrações de katas ao comandante da base em Kisarazu, na prefeitura de Chiba.
     
      Nessa última ocasião, o comandante, embora conhecesse pou­co ou nada do karatê, pediu-lhe para demonstrá-lo da maneira realmente japonesa, E  ele recebeu o Shihan  com a maior cordialidade, acompanhou a demonstração com todo o respeito e ele mesmo o  acompanhou à saída da base. Antes de despedir-se, levou o Shihan Funakoshi a  um santuário da base dedicada aos aviadores japoneses mortos em combate.
      Havia uma estátua monumental em bronze de um jovem aviador japonês apontando para o oceano pacífico, com uma águia com asas abertas a seus pés. Tanto o santuário em si como os torii que levavam a ele estavam numa condição imaculada. O comandante lhe disse que não o havia removido por respeito aos jovens aviadores japoneses que haviam dado a vida por sua pátria, embora essas vidas tivessem sido dadas em vão. Então perguntou-lhe se alguns dos ex-alunos do Shihan Funakoshi haviam sido pilotos durante a guerra. Então Shihan Funakoshi inclinou-se profundamente diante do santuário e  ele compreendeu a resposta do Shihan, e ele próprio fez sua saudação.

      Depois de assinado o tratado de paz entre o Japão e os Estados Unidos, o karatê abriu seu próprio caminho de paz para o continente americano. Isso aconteceu quando um alto oficial americano pediu ao Shihan Funakoshi para fazer um giro de três pelas bases do continente, demonstrando o Karatê-dô à aviadores americanos. Então Shihan Funakoshi convidou  como assistentes Isao Obata (da Universidade Keio), Toshio Ka­mata (da Waseda) e Masatoshi Nakayama (da Takushoku). Para percorrer o circuito, tinham um avião especial à disposição, e o fato é que  em vez de demonstrar diante de pequenos grupos de espectadores, como antes, agora as demonstrações de katas eram diante de grandes grupos de aviadores americanos interessados.
Assim, o Karatê-dô que, da  infância, do grande Shihan  que  era uma atividade clandestina local de Okinawa, finalmente havia se transformado numa das artes marciais do Japão antes de criar asas e voar para a América. Atualmente é conhecido em todo o mundo.

Fonte:( revista escola nº 144 editora abril setembro de 2002 )

sexta-feira, 11 de março de 2011

Glossário Karatê

ASHI – pé.

ASHI-ATE-WAZA – técnica com os pés.

ASHI-BARAI – varrer com os pés (passa pé).

ATEMI-WAZA – técnicas de golpear, traumatizando os pontos vitais.

BUDO – código de honra: conter a violência, disciplina, estabelecer e respeitar normas e leis, pacificar e enriquecer a sociedade e equilíbrio.

CHUDAN – altura do plexo,altura média.

CHUI – infração (comportamento incorreto na luta).

DACHI – posição, colocação, base.

DAN – grau.

DO – caminho.

DOJO – local de treinamento.

EMPI – cotovelo.

FUMI-KOMI – pontapé para baixo (pisão).

GEDAN – abaixo da linha da faixa, baixo ventre.

GOSHI / KOSHI – cintura, quadril.

GYAKU – contrário, invertido.

HAITO-UCHI – golpear com o bordo interno da mão.

HAJIME – iniciar.

HANSOKU-CHUI – reprimenda por infração.

HANTEI – julgamento.

HIDARI – esquerda.

HIKI – puxar.

HIKIWAKE – empate.

HIZA-KERI – joelhada.

JYU – movimentos livres.

JYU-KUMITE – combate livre.

JODAN – altura do rosto, pescoço.

JOGAI – fora do campo de treino, luta

JUJI-UKE – bloqueio em cruz.

KAKATO-GERI – chute com o calcanhar.

KAMAE – posição, postura.

KARATE-DO – o caminho das mãos vazias.

KATA – forma; movimentos seriados sistematicamente organizados, com técnicas ofensivas e defensivas que simula luta contra vários adversários.

KEAGE – chute com recolhida rápida do pé; chicotada.

KIAI – grito utilizado na finalização do golpe, que serve para liberar energia, assustar o adversário e estimular a contração do tórax, aumentando a estabilidade articular.

KIBA-DACHI – posição de cavaleiro.

KIME – impacto, potência.

KUMITE – pratica de luta.

MAE – à frente.

MAE-GERI – chute para frente.

MAWASHI – semicírculo.

MAWASHI-GERI – pontapé circular.

MIGI – direita.

MOROTE – duas mãos.

MOROTE-UKE – defesa dupla com as mãos.

NAGASHI-UKE – defesa circular para o alto.

NUKITE – técnica com as pontas dos dedos.

REI – saudação.

SEIKEN – parte interior do punho cerrado.

SENSEI – professor.

SHIAI – competição com contagem de pontos.

SHIAI-JO – espaço de luta em uma competição.

SHIZEN-TAI – posição básica (natural).

SHUTO – lâmina da mão.

SOKUTO – canto externo do pé.

TAI-SABAKI – esquiva em círculo.

TANDEN – Área situada atrás do umbigo, considerada pelos orientais, há milênios, como base para se conseguir estabilidade, equilíbrio e força.

TE – mão.

TEISHO – talão da mão.

UCHI – ataque indireto.

UKE – defesa.

URA – lado contrário.

USHIRO – para trás.

YAME – fim; parar; voltar à posição inicial.

YOKO – lado.

SISTEMA NUMÉRICO

 

1 – Ichi

2 – ni

3 – san

4 – shi ou yon

5 – go

6 – roku

7 – sichi ou nana

8 – hachi

9 – kyu ou ku

10 – ju

11 – ju-ichi

12 – ju-ni

etc…

20 – nu-ju

30 – san-ju

40 – yon-ju

100 – hyaku


 

1000 – sen

10 000 – man


NIVEIS E DIREÇÕES


jodan – nivel superior

chudan – nivel medio

gedan – nivel inferior

hiza shita –abaixo do joelho

hidari – esquerda

migi – direita

mae – para a frente

yoko – lateral

ushiro – para trás

uchi – para dentro

soto – para fora

gawa – lado

uchi gawa – para dentro

soto gawa – para fora

joho – para cima

kaho – para baixo

zenpo – em direção á frente

koho – em direção atrás

uho – direção á direita .

sokuho – direção ao lado

soho – direção á esquerda

sayu – direita e esquerda

zengo – para a frente e para trás

sokumen – lado

naname – diagonal

tai soku ni – para o lado do corpo

 

FORMAS DE TREINO EM KARATE

 

kihon – treino básico

kata – forma

sentei kata – kata seleccionada (grupo de katas executadas por alunos de uma certa graduação numa competição ou exame)

shitei kata – katas designadas (grupo de katas que devem ser conhecidas em graduações de certo nível)

tokui kata – Kata favorita (nossa kata mais forte)

bunkai – análise, ……….(treino com parceiros das diversas aplicações de um kata)

kumite – combate

gohon kumite – combate a cinco deslocamentos

sanbon kumite – combate a 3 deslocamentos

kihon-ippon kumite – kumite básico a um deslocamento

jiyu-ippon kumite – combate livre a um deslocamento

kaeshi-ippon kumite – combate a um deslocamento com resposta a um deslocamento (quem efetua a defesa contra-ataca avançando, obrigando o atacante original a uma posição defensiva)

okuri-ippon kumite – Combate com dois ataques do mesmo elemento. O primeiro é predeterminado, sendo o segundo de livre escolha baseado na distância do oponente)

yakusoku kumite – as formas de combate do gohon kumite ao okuri-ippon kumite, formam o grupo do yakusoku kumite. A palavra yakusoku significa promessa ou compromisso, o que obriga o atacante a efetuar o ataque que estava predeterminado.

happo kumite – combater em várias direções contra diversos adversários

Jiyu kumite – combate livre

oyo kumite – combate com aplicações

tanren kumite – combate de destrezas

kyogi kumite – combate de competição

shiai kumite – combate com objetivo de marcar ponto

 

KATA

 

Básicas

 

Heian Shodan –  Heian nível de Iniciação

Heian Nidan –     Heian segundo nível

Heian Sandan –  Heian terceiro nível

Heian Yodan –    Heian quarto nível

Heian Godan –    Heian quinto nível

 

Tekki Shodan – Tekki nível de iniciação

Tekki Nidan – Tekki segundo nível

Tekki Sandan – Tekki terceiro nível

 

Avançados

 

Enpi – (Voo da Andorinha) Os rápidos movimentos de sobe e desce, lembram-nos as rápidas manobras das andorinhas. Enpi foi desenvolvida na escola Tomari-te e é uma das kata mais antigas do karate shotokan. O seu nome original era Wanshu

 

Bassai Dai ( Penetrar a fortaleza – Grande) – As técnicas fortes deste kata, que enfatizam os movimentos das ancas, fazem-nos lembrar um aríete a ser lançado contra paredes de pedra. Diz-se que Mestre Oyadomori introduziu as kata Bassai, oriundas das escolas Tomari-te e Shuri-te de Mestre Itosu. É uma kata ensinada em diversos estilos de karate, mas só os estudantes de Itosu praticam as duas formas da Bassai Dai e Bassai Sho

 

Bassai Sho ( Penetrar a fortaleza – Pequena) – A primeira parte da Bassai Sho inclui diversas técnicas contra ataques com bastão (Bõ). É um kata derivada da antiga Bassai Dai de Mestre Itosu, que também era chamado “ O punho sagrado do Shuri-te”. Este kata deve o seu nome derivado da sua linha de execução (enbusen) ser muito similar á Bassai Dai.

 

Kanku Dai (Olhar o céu – Grande) – O movimento inicial deste kata direciona-nos o olhar para o céu. Se analisarmos bem todos os movimentos das katas heian são baseados neste kata, que era a perferida de Sensei Gichin Funakoshi e inicialmente foi designada como Ko-sho-kun e Kushanku, tendo sido desenvolvida por um perito em boxe chinês, Kung Siang Chun, diplomata chinês sob o nome de Kanku

 

Kanku Sho (Olhar o céu – Pequena) – O movimento anterior ao salto deste kata pode ser interpretado como olhar o céu. Contudo os movimentos e o enbusen da kanku dai e da kanku sho são similares. Mestre Itosu criou a kanku sho a partir da kanku dai inicial

 

Hangetsu (Meia Lua) – Adota o nome da sua posição principal, o hangetsu dachi. É a única kata em shotokan com tanto ênfase nas técnicas respiratórias. Tem a sua origem na escola de Naha-te, e é conhecida noutras escolas de karate como Seishan.

 

Jion (Amor e Bondade) – Jion é um termo Budista, sendo também o nome de um Templo na China onde os monges eram extremamente dedicados á prática de artes marciais. Repare-se que o movimento de junção das mãos, inicial e final, é típico da saudação chinesa. Contudo as suas posições e técnicas são bem representativas do estilo shotokan sendo uma das suas kata mais tradicionais, tendo as suas raízes na escola Okinawana de Tomari-te

 

Jiin (Amor e Sombra) – Jiin também é um termo Budista. Considerada a irmã da Jion, pela semelhança técnica e linha de execução, bem como a típica saudação inicial e final. Originalmente designada como Shokyo, tem as suas raízes na escola de Tomari-te.

 

Jitte (Dez mãos) – O nome deste kata, conta-se, ter tido origem no objetivo de ensinar os alunos a combaterem contra dez adversários. Outra versão diz-nos que o nome derivou da arma “jitte”. O uso desta antiga arma podem ser observados nos movimentos deste kata. Teve origem na escola Tomari-te pertencendo ao mesmo grupo da Jion e Jiin.

 

Meikyo (Espelho Brilhante) – O primeiro movimento deste kata sugere a ação de polir a superfície da água tornando-a mais calma e lisa do que um espelho. O sankaku tobi (triângulo de salto) no fim do kata diz-se ter significados secretos que pressagiam milagres. O seu nome original era Rohai;

 

Ninjushiho (Vinte e quatro passos) – Os movimentos do kata, particularmente os dois primeiros, sugerem-nos a imagem de ondas de encontro a um rochedo. O nome Shotokan, também engloba movimentos de ondas, as ondas dos pinheiros a crescer. O seu nome original era Ni Sei Shi,

 

Sochin (Força e Calma) – O nome deriva da sua posição base, o sochin dachi, que é uma posição de raízes muito fortes. Originalmente este kata pretendia ensinar defesas contra bastão (Bõ). Por esta razão, as técnicas de blocagem são efetuadas com movimentos grandiosos. O seu nome original era Hakko

 

Gankaku (Grou num rochedo) – A posição sobre uma perna (tsuruashi dachi) lembra-nos um grou pronto para atacar o seu adversário. Este kata é originário do Tomari-te. Curiosamente a linha de execução do kata (ichi ji gata enbusen) segue o desenho do carácter japonês para o numero um. Os movimentos são supostos simular um combate nas passagens ou ruas estreitas de Okinawa. O nome original era Chintô.

 

Wankan (Rei e Coroa) – É a kata mais curta do Shotokan, com a particularidade de só ter um kiai. Originária da escola Tomari-te

 

Chinte (Mão Rara) – Rara neste caso deve entender-se como extraordinária. Este kata possui um grande lote de técnicas de imobilização e técnicas circulares não muito habituais no conceito shotokan da “distância mais curta entre dois pontos”. É originária da escola Shuri-te

 

Gojushiho Dai (Cinquenta e quatro passos – Grande) – Está entre as mais avançadas da escola Shuri-te, de Itosu Anko. Sensei Gichin Funakoshi chamava-lhe Hotaku (Bicar do Pica-Pau) pela semelhança de algumas técnicas com o movimento do bico do pica pau contra uma árvore

 

Gojushiho Sho (Cinquenta e quatro passos – Pequena) – Com a Gojushiho Dai são os dois katas mais avançados da escola Shuri-te

 

Unsu (Mãos nas nuvens) – O movimento inicial, tal como o elevar após o kawashi geri, simboliza o separar das nuvens com as mãos abertas. Unsu, com a sua variedade técnica, é um dos katas mais avançados. È por outro lado, um kata muito recente pois o registo do seu aparecimento remonta a 1922,

 

EXPRESSÕES DURANTE O TREINO

 

Ki o tsuke – Atenção ! Cuidado!

Yoi – Preparar. Estar pronto

Hajime – Começar. Iniciar

Kamaete – Colocar-se em posição

Mawatte – Virar

Yame – Parar

Naore – Voltar á posição inicial

Tsuyoku – Com força

Seikaku ni – Certo. Exatamente. Precisamente

Hayaku – Rápido

Yukkuri – Devagar

 

MOVIMENTOS

 

Idô – Movimento

Migiri – Ver e cortar (Forma de defesa em que ao nos apercebermos visualmente da técnica de ataque, adaptamos imediatamente o nosso movimento ao adversário)

Kirikaeshi – Contra-ataque

Kirikae – Mudar

Fumidashi – Avançar

Oi komi – Técnica com um avanço

Oshi komi – Puxar (lançar uma perna e após o apoio, arrastar a perna de trás)

Mawari Komi – Deslocamento em circulos

Tenshin – Virar o corpo

Kaiten – Rotação

Koshi no kaiten – Rotação de ancas

Jun kaiten – Rotações seguidas

Gyaku kaiten – Rotação sentido inverso

Irimi – “Lançar o corpo com força

Sabaki – Desviar para o lado

Tai sabaki – deslocar para o lado a totalidade do corpo

Tsuki te – Mão que soca

Hiki te – Mão que recolhe

Jiku ashi – Perna que serve de pivot

Hiki ashi – Perna que executa

De ashi – Perna que se move para a frente

Henka waza – Mudança de técnicas

Chôyaku hangeri – Contra-ataque em salto

Uke gae – Mudança de defesa

Dô kyaku – Perna que se move

Kaiun no te – Ambos os braços na lateral com as mãos em tate shuto (Unsu)

Suihei bô dori – Agarrar um pau na horizontal com ambas as mãos (Bassai Sho)

Kami zukami – Puxar o cabelo

Eri zukami – Agarrar pelo pescoço

Te zukami – Agarrar a mão

Kakaekomi – Suportar o peso(adversário) sobre um braço

Gyaku hanmi kaeshi dori – Posição de agarrar antes do fumikomi na Bassai Dai

Morote jô uke – Defesa de batão a 2 mãos (Bassai Sho)

Jô zukami – Agarrar o bastão

Jô dori – Puxar o bastão

Suru – Bater

Suri ashi – Deslocamento deslizante

Okuru – Enviar

Okuri ashi – Deslocamento deslizante em que se desloca 1º o pé mais próximo do alvo, arrastando o outro

Yoru – Aproximar

Yoseru – Trazer para perto, juntar

Tsugu – Juntar

Yori ashi – Aproximar da perna mais longe do foco, seguida do lançamento da que está mais perto.

Yoko sashi ashi – Deslocamento na lateral com cruzamento dos pés (Kiba dachi)

Shahô sashi ashi – Cruzamento dos pés em movimento na diagonal (Heian Yodan)

Nusumi ashi – Roubar o apoio

Nami ashi – Elevação da perna, pelo joelho (Tekki Shodan)

 

POSIÇÕES

 

Tachikata – Posição

Shizentai – Posição Natural

Fudo dachi – Posição imóvel

Gyaku kokutsu dachi – Posição á rectaguarda oposta (kokutsu antes do ultimo shuto da Bassai Dai)

Gyaku zenkutsu dachi – Posição frontal oposta (gedan barai á rectaguarda da Empi)

Hangetsu dachi – Posição em meia lua

Heiko dachi – Posição com pés paralelos

Heisoku dachi – posição com pés unidos

Kata hiza dachi – posição sobre um apoio

Kiba dachi – Posição do cavaleiro de ferro

Kokutsu dachi – Posição com joelho flectido á rectaguarda

Kosa dachi – posição de pés cruzados

Musubi dachi – Posição com calcanhares unidos

Ryo te fuse – posição com mãos no solo

Sanchin dachi – Posição da ampulheta

Shiko dachi – Posição do quadrado

Sochin dachi – posição calma e forte

Tachi hiza – Posição a um apoio (kata hiza dachi)

Zenkutsu dachi – Posição com joelho frontal flectido

Ashi – Pé, perna

Kata ashi dachi – Posição a um apoio

Neko ashi dachi – Posição do Gato

Nige ashi dachi – Mesmo que gyaku zenkutsu dachi

Tsuru ashi dachi – Posição do Grou

Renoji dachi – Posição com pés em L

Teiji dachi – Posição com pés em T

Hachiji dachi – Posição com pés a 45º para o exterior

Uchi hachi ji dachi – Posição com os pés a 45º para o interior (contrária ao hachiji dachi)

 

POSTURAS

 

Kamae – Posição de combate com incidência no ataque ou na defesa

Chudan kamae – Kamae com a guarda ao nível médio

Gankaku kamae – Posição de dupla defesa da kata gankaku, com pé apoiado na curva do joelho oposto

Gedan kamae – Kamae com a guarda de nível baixo

Ryo yoko gedan barai kamae – Guarda com 2 braços em gedan barai lateral

Hidari kamae – Kamae com a perna esquerda á frente

Jyu kamae – Kamae livre

Jodan kamae – kamae com a guarda alta

Juji kamae – kamae com os braços em defesa em X

Kagi kamae – Kamae com braço em kagi tsuki

Kigamae – Kamae do Ki (energia)

Ai kamae – Os combatentes tem guarda de lados contrários (posição aberta)

Gyaku kamae – Os combatentes tem a guarda do mesmo lado (posição fechada)

Kitsutsuki no kamae – Guarda do “pica-pau” – movimento da Gojushiho sho com mão em ippon nukite apoiada sobre costas da mão contrária

Koshi kamae – Kamae com os punhos na anca

Ryo ken ryo koshi kamae – Guarda com ambos os punhos em ambas as ancas

Soete koshi kamae – Duplo hikite com uma mão aberta (inicio da Enpi)

Manji kamae – Guarda com os braços em manji uke

Migamae – Kamae do corpo

Migi kamae – Kamae com a perna direita á frente

Mizu nagare no kamae – “kamae do fluxo da água”. A água deve fluir pelo braço sem ser parada pelo cotovelo, que deve de estar mais baixo que o ombro em manji uke ou que o punho em kagi tsuki

Morote koko kamae – Defesa dupla de “Bô” com mãos abertas como na Bassai Sho

Shuto kamae – Guarda com os braços em shuto uke

Sasae uraken kamae – Guarda com uraken suportado nas costas do punho oposto (posição de ura tsuki/uraken uchi da tekki shodan)

Suihei hiji kamae – Guarda com ambos os cotovelos na horizontal (posição inicial da tekki nidan)

Yama – Montanha

Yama kamae – Posição como o carácter japonês para montanha (Braços em cima, a 90º e paralelos como na Jitte)

Ryo ken yama kamae – Guarda em yama kamae com punhos fechados

Ryo sho yama kamae – Guarda em yama kame com punhos bertos

Yoko Kamae – Guarda lateral

Hanmi – Posição com o corpo rodado a 45º com a anca da perna da frente rodada de frente

Gyaku hanmi – Posição com a anca da perna de trás rodada em frente.

 

Arte Marcial

 

 

Do – Via, Caminho. Conceito que se aplica à parte Espiritual como disciplina para a formação do caráter e do corpo mediante a prática de uma Arte Marcial.

Jutsu – Técnica. Conceito que se aplica à parte Material das Artes Marciais, dirigido principalmente à eficiência das técnicas de uma Arte Marcial e em segundo plano à sua filosofia.

Bugei – Arte Marcial. Bu – marcial /guerra e Gei – arte.

Bujutsu – Técnicas da Guerra, focando principalmente a eficácia das técnicas da Guerra, mas não desprezando a faceta espiritual.

Budo – A Via da Arte da Guerra, focado em preservar a paz e evitar o conflito, tendo fortemente marcada a influência Budismo Zen e Shinto, e cuja prática principal é ao desenvolvimento interior mediante a prática marcial. Este nome modificou-se para Bujutsu no período Edo.

Gendai Bujutsu – Arte Marcial moderna.

Koryu – Escola tradicional, escola antiga.

Dokkodo -Via que há que seguir sozinho.

Buke-seigi – Código e regulamento militar.

Buki – Utensílios ou ferramentas adaptados como armas de guerra.

Budoka – Artista Marcial. Praticante de uma disciplina marcial.

Budo Mugen – O Budo é infinito.

Budo Ni Chikamichi Nashi – No Budo não há atalhos.

Budo Wa Shusei Geneki – O Budoka deve permanecer ativo durante toda a sua vida, deve treinar, praticar com vontade, investigar para desenvolver as técnicas, aperfeiçoar o caráter e a filosofia, para então orientar os seus sucessores.

Hyodo – Antigo nome dado aos Budo.

Kakuto-bugei – Artes Marciais de combate, conjunto de técnicas Budo em que se utiliza só armas, excluindo as técnicas com as mãos desarmadas.

Nagai-mono – Armas compridas , categoria de armas compridas como os sabres, lanças, etc.

Mijikai-mono – Armas curtas , categoria de armas curtas como punhais, facas, bastões, correntes, etc.

Marubashi – A via da natureza, da liberdade e da energia da vida.

Hiho – Método secreto.

Hiden – Ciência oculta, mistério de uma arte.

Hi-jutsu – Técnicas ocultas.

Oshikiuchi – Artes Militares secretas que eram ensinadas somente aos guerreiros de alta patente (oficiais).

Jiei – Defesa Pessoal. Também Goshinjutsu.

Hyoho – Método da estratégia.

Heido -Via Militar.

Bushi – Guerreiro.

Senshi – Mulher guerreira, costumavam lutar para um Daimyo.

Hei – Arma, guerreiro, exército.

Han – Pelotão, patrulha, corpo.

Ryu – Escola, estilo.

Hai – Sim.

Iie – Não.

Joi – Atenção, preparados. Também chamado Kiotsuke.

Hajime – Começar. Também Hashime.

Yoshi – Ide, seguinte, adiante.

Hakke-yoi – Muito bem!

Yame – Alto.

Matte – Esperar.

Yasume – Descanso.

Shugo – Alinhar, formar.

Seiza – Sentar-se de joelhos.

Agura-wo-kaku – Sentar-se com as pernas cruzadas.

Kiritsu – Levantar.

Atatamaru – Pré-aquecimento antes do treino. Também Junan-taisho e Jumbi-undo.

Asiru – Correr.

Junan-shitsu – Flexibilidade, elasticidade. Também Danryoku.

Juho – Treino para a Flexibilidade.

Chui – Advertência.

Mawate – Girar, troca de direção.

Tsugi – A seguir, seguinte, próximo.

Wakare – Separar.

 

 

 

Treinos e Praticas

Hoyo-undo – Estudo dos fundamentos e técnicas de um Budo.

Manabu – Aprender copiando, método de aprendizagem dos movimentos imitando o instrutor.

Keiko – Prática. Estudo e aperfeiçoamento das aplicações e técnicas de um Budo, com o fim de superar (kei) os antigos (ko).

Renshu – Treino físico.

Shugyo – Treino austero.

Kan-geiko – Treino de Inverno.

Asa-geiko – Treino Matinal.

Shinya-geiko – Treino Noturno.

Nohara-geiko – Treino no Campo.

Hatsu-geiko – Treino de ano novo, o qual dura vários dias.

Sute-geiko – Treino especial, reservado a alguns alunos.

Hakuda – Curso de treino.

Taikai – Encontro.

Tandoku-geiko – Prática individual.

Sotai-geiko – Prática com companheiro.

Tandoku-dosa – Estudo e treino de uma técnica individual.

Sotai-dosa – Estudo e treino de uma técnica com um companheiro.

Tameshi – Prova, ensaio, experiência.

Hishigi – Técnica de quebrar madeira, telhas, tijolos…

Siwari – Prática de quebrar no qual se treina e endurece os membros.

Kote kitai – Endurecimento dos antebraços.

Bokinobu – Técnicas com mãos desarmadas contra oponente armado.

Toshunobu – Técnicas com arma contra oponente com mãos desarmadas.

Kakari-geiko – Prática de técnicas básicas de defesa e ataque.

Gokaku-geiko – Treino entre praticantes de um mesmo nível.

Kachinuki – Treino muito especial tipo combate, no qual um praticante enfrenta um oponente atrás de outro, sucessivamente e sem pausas, até ficar esgotado física ou mentalmente e ou ser derrotado.

Kumite – Combate.

Irikumi-kumite – Combate no qual uke se baseia em atacar e tori apenas defende.

Jyu-kumite – Combate livre. Também Jiju-kumite.

Bogu-kumite – Combate com projeções.

Jissen-kumite – Combate real.

Shobu – Combate até à morte entre dois experientes Budokas. Também Shinken-Shobu.

Kakidameshi – Duelos entre escolas, desenrolavam-se secretamente.

Shiai – Luta de destreza, torneio, competição.

Taryu-jiai – Duelos entre distintas escolas ou estilos, realizados para ajudar ao progresso das artes marciais e estabelecer a superioridade do estilo.

Futaridori – Combate contra vários atacantes.

Gonin-gake – Combate contra cinco atacantes.

Junin-gake – Combate contra 10 atacantes.

Hasen-kata – Serie de Katas executadas umas seguidas às outras.

Shinko-kata – Kata superior.

Tokui-kata – Kata preferida.

Tokui-waza – Técnica preferida.

Geki-waza – Técnica de ataque.

To-jin-ho – Quedas particulares executadas sobre uma superfície dura, não sobre Tatami.

Gorei – Prática num grupo de uma arte marcial, sem orientação de um expert. Forma de treino coletivo.

Bunkai – Análise, estudo de uma kata.

Oyo-bunkai – Aplicação de um bunkai.

Enbu – Demonstração.

Shintai – Movimento, formas de deslocar-se.

Shikko – Caminhar de joelhos.

De-ashi – Passo natural.

Okuri-ashi – Passo deslizando a primeira perna e arrastando a outra. Mae frontal e Ato atrás.

Hiraki-ashi – Passo igual a okuri-ashi, mas para os laterais e oblíquos. Mae esquerdo e frontal e Ato direito e atrás.

Tsugi-ashi – Passo deslizando a perna traseira e depois a dianteira. Mae frontal e Ato para trás.

Suri-ashi – Passo deslizante em avanço.

Ayumi-ashi – Passo cruzado. Mae frontal e Ato para trás.

Yori-ashi – Passo com ambos os pés ao mesmo tempo.

Fumi-gaeshi – Troca de guarda sem deslocamento.

Tenkai-ashi – Pivo, rodar a direção do corpo sem deslocação.

Irimi – Esquiva em Tsugi-ashi/okuri-ashi entrando.

Tenkan – Esquiva girando o corpo e retrocedendo a perna.

Irimi-tenkan – Esquiva entrando e girando o corpo para desequilibrar.

Kaiten-ashi – Esquiva em Suri-ashi (irimi) e Tenkan.

Tai-sabaki – Esquiva (kawashi).

Disciplinas e Conceitos Tradicionais

Shitate – Educar, disciplinar.

Dojo-Kun – Regra, código, conduta do Dojo.

Budo-seishin – Formação espiritual e conceitos filosóficos do Budoka.

Sushin-ho – Cultura do espírito e da moral, ao qual se atribui a capacidade de conduzir o homem a autoperfeição mediante um Budo.

Kyudo Mugen – A busca do caminho é ilimitada.

Tanren – Prática assídua pela qual se chega a autoperfeição.

Seishin-tanren – Formação espiritual do homem, cujo espírito, comparável a uma folha de sabre, deve, como esta, ser forjada e purificada de maneira a que alcance a perfeição.

Makoto – Mente pura. Sentimento de sinceridade absoluta. Fidelidade, lealdade.

Gyodo – A verdadeira via. O que leva o Do verdadeiramente no seu coração.

Tsua-mono – Homem de valor, de qualidade. Guerreiro valente.

Otokodate – Homem de espírito cavalheiresco e forte caráter que alcançou o domínio das suas paixões pela prática do Budo que defende os fracos e oprimidos.

Kyokaku – É o equivalente de Otokodate do cavaleiro europeu.

Ki-gai-yuku – O Ki vai-se, estado de fadiga e pouco Ki.

Yuki – Valor, coragem.

Tsuyoki – Vigor, forte, pessoa de grande caráter com um Ki poderoso.

Yowaki – Timidez, débil, pessoa de pouco caráter com um Ki débil.

Michi-o-osameru – Alcançar a Via.

Gokoku-taihei – Defender a Paz.

Nukazu-ni-sumu – Sem desembainhar o sabre, significa que o sabre está para manter a paz e não para fazer a guerra.

Ho – Método, conjunto, lei, regra.

O-moi – Ajudar com carinho e desapego.

Kokoro-e – Verdadeiro espírito de compreensão e conhecimento do Budo.

Magokoro – Sinceridade de coração.

Shoshin-o-wasurezu – Não esqueças o espírito e humildade de um principiante.

Kantan-na-mono-yoku-kachi-o-seisu – O equilíbrio entre a vitória e a derrota muitas vezes depende das coisas simples.

Yamato-gokoro – Coração Japonês.

Furyu – Costumes e crenças das antigas gerações que há que respeitar no treino.

Bushi-no-nasake – Ternura do guerreiro, até os mais fortes e valentes devem mostrar compaixão e carinho a todos os seres, a força e o conhecimento em tempos de paz, não deviam servir mais que para proteger os fracos e ensinar aos ignorantes.

Ahimsa – sânscrito – Não-violência dirigido aos homens e animais. Ideal de origem budista excluindo o ódio, os maus pensamentos e o egoísmo.

Alaya – sânscrito – Depósito da consciência. É o inconsciente que alimenta a consciência.

Mokuso – Meditação (mokko/ meso) em seiza. Momento de silêncio meditativo que geralmente se faz ao iniciar ou ao terminar uma aula. Tem como objetivos libertar a mente, acalmar o espírito e preparar o estudante para o treino.

Higyo hi-za Sammai – Meditação livre que deve conduzir ao vazio completo.

Antei – Harmonia, equilíbrio, firmeza.

Fu-antei – Desequilíbrio, instabilidade.

Gaman – Perseverança, paciência.

I – Vontade.

Jukuren – Habilidade, destreza.

Ichiban – Primeiro em japonês; diz-se de tudo o que é de primeira qualidade, pode aplicar-se tanto às coisas como à técnica.

Enryo – Desprezo da morte, sem medo da morte.

Nyunan-shin – Suavidade do espírito, o praticante deve aceitar com humildade as diretrizes do professor abstraindo-se do seu ego.

Keppan – Juramento do principiante antes de começar numa escola clássica de artes marciais.

Buke – Família guerreira. Nome aplicado à classe dos guerreiros, cuja profissão e cujas técnicas se transmitiam de pais a filhos e de mestres a discípulos.

I-shin-den-shin – Modo de receber um ensinamento segundo a expressão japonesa – Da minha alma à tua alma. Não se transmite verbalmente e dava-se antigamente no Tibet e no Oriente de mestre a discípulo.

Den – Iniciação. Divide-se em 3 fases, Shoden (primária), Chuden (média) e Okuden (secreta ou superior).

Gokuhi – Técnicas particulares que um mestre ensina aos seus alunos mais avançados de graus mais altos, por vezes qualificada de Hiden – ciência oculta, Hijutsu – técnica oculta.

Okuden – Ensinamento Secreto, dada por um mestre a alguns discípulos escolhidos por ele, os quais, por sua vez não devem divulgá-la mais que a Budokas selecionados.

Cho-ichi-ryu – Designação do melhor experiente com sabre, honra perseguida por muitos Bushi.

Dokukodo – Obra escrita por Miyamoto Musashi e dedicada a conselhos de ordem ética aos guerreiros, pondo em evidência o desinteresse, o desprezo pela morte, o sentido de honra, a austeridade e o desprendimento.

Kannagara – Via de intuição que não comporta nem leis nem doutrinas do bem nem do mal. Rege-se pelas leis que governam os fenômenos naturais.

Kototama – Função espiritual dos sons.

Kenshi – Experiente na técnica do sabre.

Bushi – Guerreiro.

Musha-Shugyo – Guerreiro que prova a sua destreza e habilidades com outros guerreiros em duelo ou em Taryu-jiai.

Yaburi-dojo – As escolas de artes marciais eram muito numerosas em todas as épocas, pelo menos desde o século XV, e era normal que mestres e alunos de um Ryu fossem ao Dojo de outro para desafiar os seus praticantes. Quando o mestre desafiado dessa maneira era vencido, perdia o seu prestígio e os seus discípulos alistavam-se debaixo da bandeira do vencedor. Esta prática de desafios ainda existe nos nossos dias entre Dojos de uma mesma disciplina, mas em forma de competição amigável.

Samurai – servidor, vassalo. Soldado que jura lealdade e honra ao seu senhor (daimyo).

Daimyo – Senhor feudal.

Shogun – Governador militar.

Tatsujin – Aquele que alcançou a perfeição do sabre.

Mondo – Reunião formal entre um mestre de artes marciais e os seus alunos ou discípulos (Monjin) no Dojo, durante a qual falam do espírito dos Budo. Na prática do Zen, o mundo é um simples diálogo entre o mestre e um dos seus discípulos, no curso do qual, o mestre dá a este em Koan para que medite. Esta conversa tem como fim superar o processo convencional do pensamento para chegar mesmo ao coração das coisas mediante a compreensão intuitiva. O Koan é uma sentença muito curta sem nenhum significado lógico, mas que esconde uma verdade que o discípulo deve procurar descobrir.

Misogi – Cerimônias e técnicas de purificação.

Tantra – Disciplina espiritual.

Musho-toku – Sem meta nem espírito de proveito. Não desejar alcançar um fim nem desejar proveito ou recompensa por uma ação, sentimento que deve guiar ao que atua o mesmo no Zen como na prática das artes marciais. Só aquele cujo pensamento está purificado pode alcançar este ultimo estado da vida. É a não consciência, a não meditação que situa o espírito em absoluta disponibilidade.

Seishi O Choetsu – Troca de atitude mental do Samurai, confrontado diariamente com o problema da vida e da morte.

Satori – Iluminação espiritual.

Kaigen – Despertar espiritual.

Ri-gi-ittai – Teoria e técnica são uma só.

Shin-gi-ittai – Espírito e técnica são uma só.

Shin-gi-tai – Espírito, técnica e corpo, aplica-se ao desenvolvimento do Budoka em -

Shin – Formação de caráter, domínio do corpo e da mente, filosofia, etc…

Gi – Técnicas, estratégia, formas de treino e conceitos, etc.

Tai – Conhecimento interior do corpo, preparação física, etc.

Rishi – Transcendente, o que encontrou o caminho da verdade.

Ryu-gi – Aprender a dirigir o espírito, um dos segredos das artes marciais.

Shi – Morte. A vida não é mais do que uma passagem transitória entre o material e o espiritual. O Bushido era a via da morte, ganhar ou morrer.

 

 

Conceitos da Técnica

 

 

Aiki – União com o Ki. Estado de impassibilidade de espírito do combatente, no qual toda a sua força está concentrada no Hara. O seu espírito deve estar livre de qualquer intenção de agressão e permanecer alerta. É o estado estático do Kiai, da mesma maneira que esta seja a forma dinâmica expressa silenciosamente ou não, do Aiki. Dele precede a faculdade de vencer moral e espiritualmente um adversário sem recorrer a armas. É o estado psicológico que não exige vencer sem atingir.

Aiki-ho – Doutrina baseada na não resistência ao empurrão, ao peso ou atração de um adversário, como o ramo de salgueiro que se dobra debaixo da neve e faz com que esta caia, e adotada por muitas escolas.

Sei-Ryoku-Zen-Yo – Mínimo esforço e máxima eficácia/resultado.

Rakka – Força contra força.

Aiki-no-Sen – Tirar proveito da postura do adversário.

Ai-nuke – Situação na qual dois potenciais adversários tendo chegado à união dos seus respectivos Ki, quer seja antes ou durante um confronto, não podem combater e cuja conseqüência é que não pode haver vencedor nem vencido. Os dois adversários chegam então a uma mútua compreensão que supera o materialismo do combate e unem-se espiritualmente, acima dele, em perfeita harmonia.

Antei – Harmonia, equilíbrio, firmeza.

Ato-no-Sen – Iniciativa defensiva, ação de iniciar um movimento de defesa quando se percebe a intenção de ataque do adversário, de maneira que se possa bloquear e contra-atacar imediatamente, às vezes, inclusive, de atacar antes do adversário.

Bonno – Paixão perturbadora. Momento, durante o qual o espírito de um Budoka se fixa e perde a sua serenidade. Se o seu adversário sabe aproveitar-se de este trânsito para o vazio, obterá facilmente a vitória. Portanto, é de uma importância vital que o Budoka tenha sempre o espírito desperto (Hontai), em alerta sereno, com o fim de não dar ocasião ao seu adversário de aproveitar esta lacuna.

Chikara – Força, potência. A ação Chikara (in/yin) acompanhada de Ki (yo/yang) dá uma ação completa perfeita.

Chimei – Golpe decisivo e perigoso que pode ser mortal se dado verdadeiramente a fundo.

Ikken-hissatsu – matar de um só golpe. Também Ichigeki-hisatsu.

De-ai – Ataque realizado ao mesmo tempo em que o adversário.

Debana – Ação de desanimar o adversário.

Ensan-no-Metsuke – Arte de olhar sem ver e ver sem olhar. Não há que se fazer escravo do objeto que se olha, há que captar toda a sua esfera numa visão total.

Enshin – Posição de preparação no combate.

Fudoshin – Espírito imutável. O domínio da mente, o estado no qual o espírito não está perturbado por nada exterior. Ignora o medo face ao perigo, face a uma agressão e face a um acontecimento imprevisto. É a impassibilidade total face aos riscos da vida. Este conceito, exposto por Takuan, foi desenvolvido por Miyamoto Musashi, que o denominou Iwa-no-mi, (Corpo-como-uma-rocha). Diz-se de um combatente que permanece imperturbável e sereno em qualquer circunstância.

Genshin – Pressentir. Sentido de alerta face à ação de um adversário, que permite a um combatente pressentir o seu ataque e que não adquire senão depois de longos anos de prática. Quem o possui pode também prever um ataque uma fração de segundo antes que se produza, e contra-atacar imediatamente com a maior eficácia.

Hangeki – Defesa e contra-ataque simultâneo.

Happo-moku – Técnica de fixar o olhar no vazio de maneira que se enquadre todo o campo visual nas oito direções sem ter que mover a cabeça e sem fixar-se em nenhum objeto em particular.

Heijo-shin – Estado de espírito firme, tranqüilo e desprovido de emoção que deve ter aquele que é objeto de um ataque. Este estado de espírito deve ir acompanhado por uma atitude tranqüila, um ritmo de respiração normal e uma confiança total em si mesmo, sem medo algum.

 Hikia-U – Ser proveitoso, vantajoso.

Hontai – Estado de vigília e de alerta permanente do combatente em combate, no qual o espírito não se fixa, senão que permanece claro e controla todas as faculdades. É o domínio perfeito do corpo, da vontade e do espírito, adquirido após um longo treino. Segundo o monge Zen Takuan, é a Sabedoria que reflete o espírito imóvel que não se fica em nenhuma parte.

Irimi – É a forma positiva de toda a técnica defensiva, a não resistência deixando que a força do adversário se vire contra ele, e que deve originar um movimento simultâneo de contra-ataque.

Jû-joku-go-o-sei-suru – A suavidade controla a força. Conceito que se encontra na base de todos os Budo e que teria sido enunciado pela primeira vez pelo filósofo chinês Lao-Tse.

Jukuryo-danko – Reflexivo, mas rápido na ação.

Ju-No-Ri – Principio de suavidade e de flexibilidade que consta de uma postura adequada e de uma ação sem brutalidade nas quais Tori não deve opor-se à força de Uke, mas pelo contrário, servir-se dela para desequilibrar o adversário conservando sempre o seu próprio equilíbrio.

Kan-ken-futatsu-no-koto – Expressão do guerreiro na sua aplicação do Bujutsu significando a sua possibilidade de ver com os olhos e a mente, dando-lhe a oportunidade de pressentir o perigo.

Kikai – Instante que separa dois movimentos de ataque ou defesa no decurso de um combate (durante o qual um dos adversários se encontra em estado de incerteza) e, portanto vantajoso para o seu oponente.

Kobo-ichi – Unidade no ataque e na defesa. Fenômeno pelo qual a ação defensiva e ofensiva é uma só.

Iki-ai – Coordenação.

Kogeki – Ataque real (em karate).

Kakedameshi – Ataque forte.

Kussin – Expansão e contração do corpo.

Kanzyo – Pensamento concentrado para levar as energias numa mesma direcção.

Todome – Rematar.

Kokoro-no-mizu – Espírito como a água. Estado ideal de espírito, calmo e alerta. Disponível como a superfície da água tranqüila que se molda ao receber um tufo de erva. Este deve ser o estado do Samurai e do Budoka.

Miru-no-kokoro – Espírito de visão. Visão global do adversário, do que o rodeia e avaliação do seu espaço-tempo.

Mizu-no-kokoro – Coração como a água, expressão que indica a calma perfeita do espírito, a sua não agressividade e a sua resistência passiva. A quem o possui, o Mizu-no-kokoro é então sensível a todas as percepções e o seu Ki está em sintonia com todos os seres.

Mushin – Pensamento original, sem fixação de qualquer tipo, aberto a todas as coisas e refletindo-as como se fosse um espelho. É o contrário de Ushin, pensamento temporariamente fixado, consequentemente superficial. O Munen-mushin (Muso) é o estado de vazio (Shunya), de disponibilidade total do espírito que, não estando fixado (Mushin), não se preocupa nunca com a aparência das coisas.

Muso-ken – Movimento atacante ou defensivo, que resulta espontâneo e sem a intervenção do pensamento, antecipando as ações do oponente. O Musoken representa um tipo de sexto sentido.

Mutekatsu – Vitória sem combate.

Ma-ai – Distância, espaço, significa a distância / tempo que separa duas coisas. Existem três distâncias básicas em – Chika-ma curta distância, To-ma longa distância, e Issoku-Itto-No-Maai intermédia entre estas duas. Esta última significa, literalmente, distância de um passo/golpe.

Nuki – Esquiva.

Nuki-waza – Técnica evasiva. Geralmente consiste num passo atrás ou uma rotação destinada a esquivar um ataque, o que ocasiona que o mesmo encontre o vazio e com isto se aproveita o momento de equilíbrio do oponente para contra-atacar.

Donto – Respiração Normal.

Kokyu – Controlo respiratório. Respiração profunda que tem origem no Hara e que ativa o movimento do Ki. É a coordenação entre a respiração e o movimento, acumulando o Ki e dirigindo-o e redirecionando-o com o golpe ou técnica. Também chamado Yo-ibuki.

Nogare – Respiração. Faz-se inspirando pelo nariz e expirando (ibuki) pela boca.

Fukushi-kokyu – Prática de respiração e tensão abdominal.

Ibuki – Técnica respiratória sonora a partir do ventre que permite principalmente dominar a dor padecida depois de um atemi ou um hishigi.

Zanshin – Estado de alerta, guarda mental.

Sakki – Sede de sangue/ar de assassinato. Sensação negativa de agressividade. Sentimento instantâneo e intuitivo que tem um praticante de um Budo respectivamente à intenção agressiva de outra pessoa, e que permite contra-atacar antes, inclusive, que o adversário tenha tido tempo de decidir um ataque efetivo.

San-nen-goroshi – Técnica secreta que consiste em atingir o adversário de tal forma que a morte o encontra mais tarde (san-nen=3 anos). Esta técnica pertence mais ao domínio da lenda que da realidade, ainda que alguns traumatismos derivados de um Atemi podem deixar seqüelas que, em longo prazo, podem encurtar a vida normal de um individuo.

Samadhi – Concentração total, perfeita.

Sen-no-sen – Antecipação, iniciativa tomada durante um combate antecipando-se a este.

Go-no-sen – Percepção de um ataque em estado de espera.

Senken – Ataque executado antecipando-se ao de um adversário.

Shashin – Num combate, ou antes, deste abertura deliberada de um dos combatentes destinada a enganar o adversário.

Sahi-te – Mão que entra, técnica defensiva atacante.

Shimei – Ataque que pode chegar a ser mortal.

Shingitai – Valor triplo dos que alcançaram o grau de cinturão negro, sendo Shin o valor moral, o caráter, Gi o valor técnico, e Tai o valor físico. Estes três valores devem ir a par com os dois princípios básicos das artes marciais – o Seiryoku Zen yo ou utilização eficaz da energia e o Jitakyoei ou ajuda e cooperação mútuas, princípios extraídos do Bushido. O Yudansha que possui o Shingitai reúne em si mesmo o Céu (shin), a Terra (gi) e o Homem (tai). É então um homem completo.

Shin-gai-muto – o sabre não existe separado do espírito.

Shisei – Posição adotada por um combatente para a defesa ou contra-ataque. Pode ser natural ou defensiva.

Shobu – Antigamente combate até à morte (shinken-shobu) entre dois peritos em artes marciais.

Suki – Abertura, oportunidade no ataque.

Shinkaku – Ângulo cego. Ângulo que dificulta a combinação do ataque do adversário enquanto favorece o nosso.

Sukima – Vazio, estado de vácuo no momento do ataque para ter a resposta adequada de defesa e contra-ataque.

Suki-o-mitsukeru – Esperar e ver vir, atitude de um combatente que observa o seu adversário, à espera do momento propicio para atacar ou contra-atacar.

Tsukuri – consiste em pôr o oponente numa situação adequada para poder realizar a técnica que queremos.

Waza-o-korosu – Controlo da técnica. Ataca-se a técnica do adversário adivinhando as suas intenções, conhecendo os seus pontos fracos.

Yomi – Leitura. Arte de ler o pensamento de um adversário inclusive antes que este tenha tido tempo de idealiza-lo, e, em artes marciais, arte de poder prever assim um ataque. Este Yomi depende por sua vez do conceito de Ma-ai e do Hyoshi. É o equivalente do Ishin-den shin (de um espírito ao outro) que caracteriza as relações correntes entre japoneses, nas quais a palavra resulta-lhes freqüentemente inadequada para transmitir um sentimento difícil de precisar, e cuja expressão não está bem vista pela etiqueta nem pelos convencionalismos. É o ser com uma forma da verdadeira compaixão.

Zen-kwun-do – Técnica de combate cujo principal objetivo consiste em partir o braço ou a perna do adversário ao primeiro ataque. Há bloqueios especiais. Utilizam-se também os dedos nos olhos e na garganta.

Encho-sen – Prolongação do combate.

Ki – Energia vital que se concentra e nasce no Hara ou Saika-Tanden.

Kiai – Concentração da energia, expulsão do Ki acumulado mediante um grito. Também utilizado para paralisar o inimigo.

Kensei – Kiai em silêncio.

Kime – Concentração do Ki num ponto determinado.

Kimochi – Sentimento, sensação do Ki.


Kake-goe – Gritar para obter mais energia.

Hyoshi – Ritmo na execução de uma Kata ou técnica.

Outras palavras

Arashi – Tempestade.

Araso-u – Disputa.

Asahi – Sol. Levante.

Ase – Suar, transpirar.

Ada – Adversário.

Aite – Inimigo, adversário.

Banzai – 10.000 anos de felicidade.

Dai – Superior.

Sho – Inferior.

Gendai – tempo, idade, presente.

Dento – Tradicional, original, autêntico.

Ran – Guerra.

Hon – Origem, raiz, fundamento, lenda.

Chi – Sabedoria, prudência.

Seichushi – Samurai inteligente e leal.

Jotatsu – Progressos.

Make – Derrota.

Kashi – Vencedor.

Kaiso – Fundador.

Kaishi – Inaugurar, abrir, começar.

Kihaku – Espírito vigoroso.

Katai – Duro, rígido.

Yawarakai – Brando, relaxado, flexível.

Mamori – Proteção, defesa.

Mono – Alma.

Monogatari – História, conto.

Mon – Escudo, desenho.

Mugen – Infinito.

Satsui – Intenção de matar, assassinar.

Sei – Natureza, espírito autêntico, vida.

Seien – Estimulo, ajuda.

Jisei – Método.

Yugen – Habilidade misteriosa.

Chushin – Centro.

Shinpan – Juiz, arbitro.

Daki – Abraçar.

Gorei – Ordem.

Gokui – Limite extremo.

Gusuku – Castelo.

Yu-gei – Arte e cultura tradicional.

Wa – Paz.